O AMOR É A ESSÊNCIA DA VIDA CRISTÃ




1. DEFINIÇÃO

a) essência:1.Aquilo que constitui a natureza das coisas; substância. 2. A existência. 3. Idéia principal.



2. EM QUE CONSISTE O AMOR CRISTÃO?

a) A mais concisa resposta à pergunta está nas palavras de Jesus aos discípulos na última noite, Jo 15.9,12, sendo ele o “novo mandamento” do cristão”, Jo 13.34;

b) O amor cristão obedece dois critérios: um remoto (“como o Pai me amou”) e outro próximo (“como eu vos amei”), isto é, só entenderemos o modo e a natureza do amor cristão à luz do amor do Pai a seu Filho e do amor do Filho a seus discípulos;

c) No primeiro critério, “como o Pai me amou”, só podemos entendê-lo por revelação. Duas vezes a misteriosa voz do Pai fez a espetacular revelação acerca do Filho: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”, Mt 3.17; 17.5. Em seguida, acrescenta a Bíblia: “O Pai ama o Filho e lhe revela tudo o que faz” Jo 5.20; “O Pai me ama, porque dou minha vida” Jo 10.17. É um amor de generosidade sem limites;

d) O verbo “amar” sempre no presente nas citações destacadas, indica claramente que é um amor eterno, sem limites: “Amaste-me antes da criação do mundo” Jo 17.24;

e) No segundo critério, “como eu vos amei”, caracteriza e determina o padrão como os cristãos devem amar-se entre si. Trata-se de um amor de igual natureza e da mesma qualidade, estabelecendo uma autêntica identidade cristã, já que o amor recíproco dos discípulos só pode ser da mesma espécie do amor do Mestre em relação a eles, porque participam dele, e é exatamente por este motivo que será a prova do vivo relacionamento com Cristo: cada um amará a seu irmão com o mesmo amor que Jesus amou.SOMENTE OS QUE EM CRISTO JESUS COMO O FILHO ESTÁ NO PAI ESTÃO EM CONDIÇÕES DE AMAR ASSIM, pois, o amor que o Pai ama o Filho deve estar nos discípulos como vida nova, Jo 17.26. O AMOR DIVINO EM NÓS É A PRÓPRIA GRAÇA SANTIFICANTE QUE NOS FAZ FILHOS DE DEUS E PARTICIPANTES DE SUA NATUREZA;

f) A grande revelação de Jesus é esta: o amor do Pai, do Filho e dos discípulos deve estar no mesmo nível a se estabelecer entre as pessoas amadas, de modo que “estar em Cristo” significa estar em seu amor. Somente que, isto, não é apenas um ato espiritual, mas um estado, uma condição estável ou duradoura (“permanecei no meu amor”) Jo 15.9;

g) Disse Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo 6.56. Somente é “cristão” quem permanece nele, 1Jo 2.6, e quem não permanece nele, a vida espiritual fica infrutífera, Jo 15.5, como se separa da comunidade dos fiéis, 1Jo 2.19, já que, “permanecer em Cristo” define o fiel;

h) A mesma fórmula que exprime a morada do discípulo em Jesus ou em Deus designa a consubstancialidade do Pai e do Filho, Jo 14.10-11. Jesus pede ao seu Pai que seus discípulos “sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós... que sejam um como nós somos um; eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade”, Jo 17.21-23. Assim sendo, jamais atingiremos a tão sonhada unidade espiritual, se não for trilhado o caminho do amor de Deus.





3. O AMOR, COMO FRUTO DO ESPIRITO, DISCIPLINA O USO DOS DONS

a) frutificando no Espírito, o crente cumpre o que Paulo ensinou “ o espírito do profeta é sujeito ao profeta”, 1 Co 14.32; isto porque o amor (fruto) é benigna, tudo espera, tudo crê, tudo suporta, não se ensoberbece, não se porta com indecência, 1 Co 13.4,5. Ou seja, o amor jamais permitirá que o uso dos dons venha produzir confusão, 1 Co 14.33;

b) frutificando no Espírito, temperança ou domínio próprio, o crente mantém seus sentimentos, ações e reações, controlados, impedindo que ele se comporte na igreja com indecência, 1 Co 14.40: “ mas faça-se tudo com decência e com ordem”. A Bíblia diz que é “melhor o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade”, Pv 16.32, acrescentando, “ como a cidade derribada que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.”, Pv 25.28. Por isto, “a caridade não é invejosa, não se irrita, não suspeita mal, não trata com leviandade” (com precipitação), 1 Co 13.4,5.

c) frutificando no Espírito, o usuário dos dons mantém-se humilde, pois o “amor não se ensoberbece”, 1 Co 13.4. Há um grande perigo rondando o portador dos dons espirituais, face O DESTAQUE que lhe ocorre, “ ... o homem é provado pelos louvores” Pv 27.21b. Pela humildade, toda honra, toda glória e todo louvor é de Jesus, o que impede a reivindicação de qualquer honraria pelo portador, “...importa que Ele cresça, e que eu diminua”, sabendo que “Deus dá graça aos humildes, mas resiste aos soberbos;

d) Frutificando no Espírito, o crente é impedido de usar os dons em proveito próprio. Paulo ensina que “o amor não busca seus próprios interesses”, v.5, dando ele mesmo exemplo disto, quando disse na 1Co 10.33: “Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos,...”, acrescentando em Fp 2.3,4: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Satanás tentou Jesus exatamente nisto, ao propor-lhe transformar pedras em pães para saciar a sua fome pessoal, ou seja operar um milagre em proveito próprio, pois, se Jesus tivesse operado a maravilha da transformação insinuada pelo inimigo, a quem aproveitaria os pães? Apenas Jesus, ou seja, estaria atendendo seus próprios interesses. Portanto, é maligna qualquer prática de aproveitamento pessoal em detrimento dos demais na casa de Deus.