I. A VISÃO BIBLICA SOBRE O JOVEM



A Bíblia Sagrada contém inúmeros escritos que revelam o quanto o jovem é importante no reino de Deus. Nela, estão inseridas experiências de jovens dedicados e ensinos preciosos qual deve ser a conduta ideal a ser adotada por aqueles que querem agradar ao seu Senhor. O salmista preocupou-se tanto com a juventude, que ele fez a pergunta: “ Como purificará o jovem o seu caminho?”. Na resposta formulada por ele à sua pergunta, descobre-se o caminho a ser seguido: “ Observando-o segundo a tua palavra” Sl 119.9. Portanto, a partir desta resposta, tentarei mostrar como deve ser o relacionamento do jovem cristão, enquanto não se casa.



II. O JOVEM FUGINDO DOS DESEJOS DA MOCIDADE



Paulo falando ao jovem ministro Timoteo, na segunda carta que lhe escreveu, assim ensinou-o: “ Foge também dos desejos da mocidade...” 2.22. Enquanto há o ensino que ao Diabo deve-se resistir, Paulo instrui seu jovem discípulo que a vitória sobre os desejos reside na fuga deles. Buscando os significados da palavra desejo, encontro os seguintes: ato ou efeito de desejar; vontade de possuir ou de gozar; anseio, aspiração; cobiça, ambição; vontade comer ou beber; apetite; apetite sexual . Há, portanto, desejos saudáveis que o jovem cristão deve cultivá-los, como, por exemplo, anseio, aspiração, vontade de possuir, desfrutar; enquanto outros, deve fugir deles, como da ambição, da cobiça, e do apetite sexual desordenado.
Paulo revela que há um “espírito” que opera nos “ filhos da desobediência” que os faz andar “ nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”, Ef 2. 2 e 3. Ou seja, é desses desejos que o jovem cristão deve fugir.
O processo da santificação é fundamental para todo o cristão, dizendo a Bíblia em Hb 12.14 que, sem ela, “ninguém verá o Senhor” . Em qualquer situação ou circunstância da vida a consciência da santificação como necessidade básica a ser satisfeita, desenvolve no jovem e em qualquer cristão um santo temor que o governará, juntando esta ao fruto do Espírito, temperança ou domínio próprio.



III. OS PECADOS SEXUAIS COMETIDOS PELOS DESEJOS DESCONTROLADOS




Mostra-nos a Palavra de Deus, que uma paixão desenfreada ou descontrolada pode levar o seu portador à prática de pecados tão terríveis, de conseqüências imprevisíveis. Em 2Sm 13.1-15, registra a prática do crime de estupro, não apenas do pecado de fornicação, tudo resultado de uma paixão violenta, doentia, que, no inicio, era chamada de amor, como está no v. 4: “ Este lhe perguntou: Pó que tu, filho do rei, cada manhã estás tão abatido? Não me dirás por que? Disse-lhe Amnom: Amo a Tamar, irmã de Absalão, meu irmão.” Depois de possuí-la à força ( estupro), revela a Palavra, no v. 15: “ Então Amnom sentiu grande aversão por ela. De fato, era a aversão que sentia por ela maior do que o amor com que a amara...” Reparando bem, descobre-se que um jovem pode ser possuído por desejos violentos e avassaladores que lhe levam a fazer e cometer pecados brutais e descontrolados.
Por outro lado, Paulo responsabiliza cada um de nós pela uso do corpo, ao dizer na primeira aos tessalonicenses, 4.4,5: “ que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não nos desejos da lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus.” Procurando o significado de lascívia, encontramos: luxúria, libidinagem, sensualidade, incontinência, dissolução, corrução, libertinagem.
A prática da fornicação é o mais comum dos pecados praticados pelo jovem, ou seja, significa a prática de ato sexual entre dois solteiros, quando biblicamente falando, a satisfação sexual somente deve ser completada através do casamento, pois em Hb 13.4, está registrado: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, pois aos devassos e adúlteros Deus os julgará.” A pureza do jovem pela não prática de sexo antes do casamento, não é um dogma ou ensino da igreja, nem repressão humana; ao contrário, é um mandamento divino, cujos infratores se sujeitam ao juízo de Deus.
Ainda ensina a Palavra de Deus, que a prática do pecado é antecedida da tentação, que deve ser definida como provocação do cristão a adotar uma conduta que fere a santidade de Deus. São Tiago, em sua carta, no capítulo 1, versículos 14 e 15, revela o mecanismo da tentação que termina na prática do pecado: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupicência. Depois, havendo a concupicência concebido, dá a luz o pecado; e o pecado sendo consumado, gera a morte.” Definindo concupicência, significa desejo intenso de bens ou gozos materiais; apetite sexual.
Em resumo, devem os jovens cristãos ser submissos à Palavra de Deus e conscientes de que seus corpos não são apenas instrumentos de prazer, mas templos do Espírito Santo, devendo Deus ser glorificado por eles.


Salvador, 9 de maio de 2003

Pr. Abiezer